Sempre que um assunto me interessa, pesquiso e mergulho nele. Foi isso que aconteceu quando era adolescente e descobri que o diretor daquele filme que amei ver quando criança, na verdade era um dos fundadores de um dos mais importantes estúdios de animação do mundo e que ainda tinha vários títulos para eu conhecer.
Estou falando do Studio Ghibli, fundado em 1985 em Tóquio, no Japão, pelos diretores de cinema Hayao Miyazaki, quem focarei nesse texto, e Isao Takahata e pelos produtores Toshio Susuki e Yasuyoshi Tokuma.
O primeiro filme que vi do estúdio foi “A viagem de Chihiro”, dirigido pelo Miyazaki. Ele havia ganhado o Oscar de melhor filme de animação e estava em cartaz nos cinemas brasileiros, pude assistir com a minha família e lembro de ter amado; além de muito colorido, com uma ilustração linda e detalhista, tinha como protagonista uma menina não muito mais velha que eu, o que já conseguiu me transportar para o filme com muito mais facilidade. Depois, lembro de ter alugado o filme na locadora do meu bairro e assistido também um documentário que vinha de bônus, mostrando um pouco do processo de construção da animação.
Assisti mais alguns filmes (repetidamente) do diretor despretensiosamente ao longo dos anos. Foi quando tinha por volta de 15 anos e precisava apresentar um trabalho de conclusão de curso na minha aula de inglês, que resolvi falar sobre o Miyazaki e seu estúdio. Para fazer um trabalho melhor, achei que devia ver todos os filmes já lançados dele e foi o que eu fiz.
Além de descobrir novos filmes favoritos para a vida, percebi como a pauta ambiental era sempre presente, mesmo que fosse só em pequenos detalhes, e como as personagens eram inspiradoras. Percebi que uma característica que eu já tinha, de zelar pelo meio onde vivia e pessoas a minha volta, poderia ser traduzida muito bem num movimento ambientalista e minha eterna dúvida de qual engenharia gostaria de cursar, pois já estava no colegial nessa época, na verdade era simples: iria cursar engenharia ambiental.
Aqui, estamos falando do Ghibli, mas existiam muitos outros conteúdos infantis de educação ambiental, que, quando eu era criança, consumir esse tipo de mídia, me ensinava de forma lúdica e divertida o básico sobre meio ambiente, sobre poluição, sobre como temos que cuidar da nossa casa e áreas verdes, respeitar os animais, entre outras coisas. Quando revisitei os filmes mais velha e pude assistir o restante das produções do estúdio, tive consciência dos ensinamentos que estavam sendo transmitidos ali e isso fez meu interesse e entendimento sobre o assunto multiplicar muitas vezes.
O que eu aprendi com os filmes e pode ser que você também aprenda: como a degradação do meio ambiente é prejudicial para os seres humanos, como devemos respeitar a natureza e elementos ligados a ela e, um bônus, que geralmente é preciso coragem para encarar a vida e seus desafios.
Faz pouco tempo, o estúdio fechou um contrato com a Netflix, então os títulos estão com acesso muito mais simples do que quando precisei assisti-los para escrever meu trabalho anos atrás. Para você começar e acostumar com a atmosfera diferente, recomendo “A viagem de Chihiro” e “Ponyo”. São aventuras divertidas e ambas falam um pouco da poluição dos corpos d’água; “Ponyo” é especialmente engraçado, pois os protagonistas tem apenas 5 anos. Títulos mais sérios, mas ainda sim direcionados para as crianças, são “Nausicaä do vale do vento” e “A princesa Monoke”, que falam das florestas e degradação delas. Se a pedida é um filme bem calmo, recomendo “Meu vizinho Totoro”; Totoro é a personagem que está na logo do estúdio e é uma entidade que protege as florestas; o filme é bem tranquilo e também trata do assunto família.
Espero que você se divirta e possa aprender coisas novas!
Comments