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Foto do escritorBia Zaroni

Pensando o Consumo

O consumo é um dos pilares do capitalismo, sistema em que estamos inseridos, e nessa época de fim de ano ele se torna nossa prioridade. Novembro é uma chuva de promoções: a black friday parece que se multiplicou para vários outros dias. O desconto que seria dado na sexta se estendeu para uma semana inteira; dia 11/11 vira fácil alvo de marketing e a segunda pós black friday promete descontos incríveis no e-commerce com a Cyber Monday. Dezembro é natal, festa de origem cristã mas que foi totalmente tomada pelo mercado e tornou-se época de presentear os amigos, família e colegas de trabalho, época de comprar mais comida do que é necessário e fazer um banquete na noite de natal, comprar uma roupa nova e buscar procedimentos estéticos e cosméticos para apresentar sua “melhor versão” nas festas de fim de ano.

Convido vocês a pensarem comigo sobre o assunto, porque todo esse consumo excessivo me incomoda, ao mesmo tempo que estou numa posição de privilégio em que, de certo modo, sempre tive acesso a ele.

Explico melhor. Me importa bastante se um produto que estou adquirindo é de fato necessário, se eu vou usá-lo e como, se tem bom custo-benefício. Como é a cadeia de produção dele? De onde vem a matéria-prima? Qual o nível de responsabilidade social e ambiental desta empresa? Depois, como posso realizar o descarte dele? Será que a empresa faz logística reversa? Será que é possível reutilizar ou reciclar?

E de fato, não costumo comprar muitas coisas e prefiro buscar pequenos-produtores e empresas minimamente responsáveis para adquirir bens, inclusive, quem é meu amigo já ouviu essa conversa antes.

Mas, outro pilar do capitalismo é a desigualdade social e não dá pra ignorar que pra grande parte da população, o poder de consumo é muito baixo ou inexistente, sendo que essas pessoas querem, com toda razão, seus direitos garantidos e pleno acesso a tudo que lhes é negado. Não adianta eu achar errado quem finalmente teve condições de comprar presentes de natal para os pais e quem ficou o dia todo no salão de beleza se arrumando para as festas, por exemplo.

Eu realmente não sei ainda como conciliar essas realidades, por isso trouxe para debate, por enquanto acho importante notar que cada caso é um caso, percebendo que cada um faz o que está no seu alcance e de acordo com sua realidade. Acho que cobranças descabidas não vão nos levar a lugar nenhum, a gente precisa mesmo de diversidade e trabalho em equipe na busca do desenvolvimento mais sustentável. É aquela história de sempre, a questão é mais complexa e tem mais camadas do que vemos de cara.


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